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Dr. Jorge Pestana Lopes

Dr. Jorge Pestana Lopes Médico no serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta Sinais de que pode ter tido uma fractura “sentinela” e o que deve fazer Sinais de que pode ter tido uma fractura “sentinela” e o que deve fazer

Vários factores contribuem para o aumento dramático da prevalência da osteoporose em todo o mundo desenvolvido: o envelhecimento populacional, as alterações na nossa dieta, o maior sedentarismo, entre variadíssimos outros. No entanto um dos motivos pelos quais a doença progride silenciosamente prende-se com facto de muitas das suas manifestações iniciais, e algumas tardias, passarem despercebidas.

A fractura osteoporótica, ou de fragilidade, tem a perigosa caraterística de surgir após trauma de baixa intensidade ou impacto. Uma queda da própria altura, ou por vezes um movimento mais brusco, facilmente desvalorizado, é por vezes o suficiente.

Para prevenir esta doença há que adotar medidas comportamentais, como uma dieta equilibrada ou exercício físico adequado. Para o diagnóstico precoce é importante um seguimento médico regular, com realização de exames complementares diagnóstico como osteodensitometrias, quando necessário. Mas há uma terceira fase da prevenção igualmente importante: a capacidade de detectar uma fractura osteoporótica precoce.

Qualquer um de nós sabe que tem de ser observado de forma urgente após uma fractura incapacitante da anca, que impede a marcha, ou após uma fractura com deformação do punho ou do ombro. Já as fracturas vertebrais, que aparecem numa fase mais precoce da doença, são muitas vezes fáceis de ignorar.

Estas fracturas, que surgem muitas vezes antes dos 60 anos de idade, podem cursar sem sintomas. Alguns dos sinais de alarme que levam a suspeitar de fratura vertebral incluem:

  • Dor dorsal ou lombar persistente e localizada após uma queda ou gesto mais brusco;
  • Dor dorsal ou lombar que continua mesmo com toma de medicação;
  • Perda rápida de altura, ou uma diferença > 6cm face à altura prévia;
  • Deformação visível da coluna, com aparecimento de curvaturas marcadas na região dorsal ou de uma “bossa” na região cervical.

A identificação de um destes sinais implica uma avaliação médica para despiste de fracturas. Se a queda ou ou trauma forem recentes, se a dor for muito intensa, se houver perda de força, alteração da sensibilidade dos pés ou das pernas, deverá dirigir-se à urgência para observação.

O tratamento varia de caso para caso, podendo em alguns casos implicar correção cirúrgica e noutros apenas medicação para controlo da dor, se for necessário. O fundamental é nunca deixar estas fracturas “sentinela” passar despercebidas.

A sua identificação é uma oportunidade para impedir o aparecimento futuro de fracturas mais graves com alteração do tratamento para quem já era tratado, e início de seguimento, com eventual tratamento para quem ainda não estava alerta para esta doença silenciosa.

Jorge Pestana Lopes

Médico no serviço de Reumatologia do Hospital Garcia de Orta

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