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Dra Maria Eugénia Simões

Dra Maria Eugénia Simões Reumatologista do Instituto Português de Reumatologia O que é a Osteoporose? A osteoporose caracteriza-se por diminuição da resistência óssea (por diminuição da massa óssea e/ou alteração da sua estrutura), podendo levar à ocorrência de fraturas pela existência de traumatismos mínimos ou, mesmo na ausência destes.

As mulheres sofrem mais de osteoporose. Porquê?

A doença fragiliza os ossos e atinge cerca de 30% das mulheres após a menopausa. Os estrogénios (Hormonas sexuais femininas) têm a sua responsabilidade. Mas não só. A massa óssea também é para aqui chamada.

A osteoporose é uma doença metabólica em que os ossos se vão tornando cada vez mais frágeis, mais porosos. O risco de fratura aumenta, sobretudo na anca, nos punhos, na coluna vertebral, membros superiores. As mulheres são mais afetadas do que homens, sendo o risco três vezes superior no sexo feminino do que no masculino. Porquê? Há várias razões. Já lá iremos.

A osteoporose aumenta o risco de fraturas e atinge cerca de 30% de todas as mulheres após a menopausa – é, aliás, responsável por fraturas em 40% das mulheres nesta fase da vida. Em Portugal, 10,2% da população sofre da doença. Depois dos 50 anos, um terço das mulheres sofre uma fratura causada pela osteoporose.

No sexo feminino, a incidência de fraturas ósseas associadas à osteoporose afeta praticamente uma em cada três mulheres com mais de 70 anos, em algum momento da sua vida. No sexo masculino, um em cada cinco homens com idade superior a 50 anos sofre uma fratura de fragilidade devido à perda de massa óssea. De um lado e do outro, é um problema expressivo e uma limitação muito significativa do ponto de vista de qualidade de vida e independência.

No sexo feminino a prevalência desta doença é maior, porquê? Por várias razões. Tem a ver, por um lado, com a geometria óssea masculina e feminina, que é diferente. Os ossos das mulheres são, habitualmente, de dimensões menores. Em regra, a média da estatura dos homens é mais elevada. Os ossos das mulheres são, habitualmente, mais pequenos do que os dos homens.

Além disso, o ambiente hormonal é diferente. A forma como se alcança o pico da massa óssea, entre os 20 e os 25 anos de idade, em que o osso é mais forte, é diferente em ambos os sexos. A puberdade da mulher é mais rápida, no homem é mais lenta, sendo os estrogénios importantes para ambos os sexos, no que toca à saúde óssea.

Além disso, o risco de desenvolver a doença aumenta na menopausa. A insuficiência hormonal na mulher é mais expressiva. A diminuição e a perda de estrogénio dramática, quase total, que se verifica na menopausa, tem consequências. Na mulher, há uma perda de massa óssea acelerada. O homem não tem essa equivalência, a perda hormonal masculina e, óssea é mais lenta. Por outro lado, as mulheres vivem, em média, mais tempo, o que aumenta a perda de massa óssea, aumentando assim a possibilidade de fraturas.

Os genes determinam grande parte do risco de osteoporose e não há nenhum teste genético para esta doença. Estudos demonstraram que se algum dos pais teve uma fratura, a pessoa terá maior probabilidade de sofrer de osteoporose. Para a aquisição de um bom capital ósseo (o tal algures à volta dos 20 anos) 70 a 80% dos fatores não são controláveis, uma vez que são determinados geneticamente, podemos sim otimizá-los com um estilo de vida saudável.

A osteoporose afeta a qualidade de vida, a mobilidade, interfere na estatura, pode levar à perda de capacidade respiratória e aumenta a mortalidade. Há fatores de risco que não se conseguem controlar, mas há fatores possíveis de mudar. A alimentação é um dos principais aliados, passível de melhorar, para prevenir a doença. Os alimentos ricos em cálcio e vitamina D ajudam a melhorar a rigidez dos ossos, e os laticínios continuam à frente. O cálcio deve fazer parte da alimentação diária, mas é necessária vitamina D para que este seja absorvido.

A vitamina D e regular exposição solar, por vezes, com necessidade de recurso a suplementos deve ser tida em conta.

Importante é também fazer exercício físico ao longo da vida, e evitar consumos excessivos de álcool, de tabaco (este deve mesmo ser abolido) e de café (duas chávenas de café por dia apenas). A ciência confirma que a diminuição da atividade física e as alterações nutricionais podem afetar o metabolismo ósseo de forma negativa e contribuírem para a osteoporose.

Se possui um ou mais destes sinais de alerta, procure o seu médico:

  • Se é mulher, depois da menopausa ou homem com mais de 70 anos
  • Se fez alguma fratura de uma queda simples ou sem traumatismo depois dos 40 anos
  • Se o seu pai ou mãe sofreu de fratura do colo do fémur (anca) após traumatismo mínimo

Dra Maria Eugénia Simões

Reumatologista do Instituto Português de Reumatologia

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