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O Papel da Fisioterapia na Prevenção e Tratamento de Doenças Ósseas

Por: Carlos Tavares (Fisioterapeuta)

A capacidade de tratar doenças constitui um indicador do avanço da sociedade e está geralmente associada ao desenvolvimento da medicina e à melhoria dos cuidados de saúde ao longo da história. Em sociedades menos desenvolvidas ou em comunidades isoladas, onde não há acesso a cuidados de saúde adequados, patologias aparentemente simples podem levar a complicações graves e incapacidade permanente.

Foto de Yan Krukau

A Fisioterapia desempenha um papel fundamental na prevenção e recuperação de doenças ósseas, contribuindo para a saúde e o bem-estar dos pacientes. As doenças ósseas, como a osteoporose, a osteoartrite e as fraturas, podem afetar significativamente a qualidade de vida das pessoas e, em alguns casos, serem debilitantes.

Em Portugal, 10,2% da população sofre de osteoporose, uma doença que torna os ossos mais frágeis e, por conseguinte, com maior risco de fratura. Estima-se que a incidência de fraturas associadas à fragilidade da anca seja de 154 a 572 mulheres em cada 100.000 e de 77 a 232 homens em cada 100.000, dependendo da idade. Em relação à osteoartrite sabe-se que houve um aumento de 48% no número de pessoas afetadas de 1990 a 2019. De todos os casos, 60% são de osteoartrite de joelho. Num estudo global de 291 doenças, a osteoartrite da anca e do joelho foi classificada como o 11º maior contribuinte para a incapacidade.

Um dos principais objetivos do Fisioterapeuta é promover a saúde, melhorar a qualidade de vida e prevenir problemas de saúde antes que eles ocorram ou se agravem. Desta forma, desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças ósseas, educando os pacientes sobre a importância da atividade física regular e estilo de vida ativo. É dado ênfase à prescrição de exercícios específicos para fortalecer os músculos, manter a mobilidade articular, melhorar a postura e a biomecânica, reduzir o risco de quedas e promover a melhoria na densidade óssea. Sendo as quedas uma das principais causas de fraturas em pessoas mais velhas, os Fisioterapeutas avaliam o risco de queda e fornecem programas de treino específicos para melhorar o equilíbrio e a coordenação.

Após uma fratura óssea, a Fisioterapia é crucial na recuperação da mobilidade, da força e da funcionalidade, através da implementação de programas de tratamento que visam evitar complicações, como a perda de massa muscular e a rigidez articular, estimulando uma cicatrização óssea mais rápida e eficaz.

Foto de Yan Krukau

No caso da osteoartrite, a Fisioterapia assume um importante papel no alívio da dor, melhoria da função articular, e no retardar da progressão da doença, através da implementação de técnicas que visam maximizar as capacidades individuais, potenciando a força, mobilidade e funcionalidade, de forma a capacitar o paciente para as atividades diárias, mantendo uma independência funcional o mais satisfatória possível.

Estando a dor crónica muitas vezes associada às doenças ósseas, a Fisioterapia oferece abordagens não medicamentosas para o alívio da dor, tais como técnicas de terapia manual, eletroterapia, e educação sobre estratégias de autorregulação da dor.

No entanto, a Fisioterapia não se limita apenas ao tratamento físico, considerando também o bem-estar geral do paciente. O Fisioterapeuta deve fornecer suporte psicológico e emocional, incentivando os pacientes a manterem uma atitude positiva e a lidarem com o impacto emocional das doenças ósseas.

Conclui-se então que a Fisioterapia contribui para o bem-estar e qualidade de vida das pessoas, adicionando valor em saúde, através da efetividade comprovada das suas intervenções, bem como do benefício clínico percecionado pelos pacientes e familiares. A abordagem do Fisioterapeuta nas doenças ósseas depende do tipo e gravidade da doença, bem como das necessidades específicas do paciente. Cada pessoa responde de maneira única ao tratamento e possui as suas próprias metas e necessidades de recuperação. Assim, a adaptação da intervenção atendendo às necessidades individuais de cada paciente é essencial para manter a Vida em Movimento!

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