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Enf. Andréa Marques e Georgina Pimentel

Andréa Marques e Georgina Pimentel Enfermeiras do Serviço de Reumatologia do CHUC Tive uma fratura, e agora? Assegure-se de que tem os cuidados adequados! Em Portugal ocorrem 40 mil fraturas osteoporóticas por ano. Pela sua incidência crescente, as fraturas osteoporóticas representam um sério e importante problema de saúde pública, não só pelos custos monetários para os doentes e famílias, mas também pelos custos para o serviço nacional de saúde, que todos os anos gasta cerca de211 mil milhões euros só para as fraturas da anca. Acrescentamos ainda os custos sociais resultantes da elevada morbilidade e mortalidade que lhe estão associados.

A evolução desta epidemia silenciosa impõe a necessidade de medidas preventivas a uma escala global, nacional e individual. Entre essas medidas, assume especial relevância a intervenção sobre aqueles que sofreram já uma fratura de fragilidade, dado que a sua ocorrência está só por si associada a um aumento notável do risco de fraturas subsequentes (2 a 5 vezes mais), especialmente no primeiro ano após a fratura. Ou seja, se já teve uma fratura tem um risco aumentado de sofrer de uma nova fratura.

Por esse motivo, é unanimemente reconhecido que a observação e tratamento de um doente após uma fratura de fragilidade constitui num imperativo ético e técnico para garantir medidas preventivas eficazes contra outras fraturas.

Os enfermeiros têm um papel chave na abordagem dos doentes após a fratura de fragilidade, uma vez que funcionam como gestores de todo o processo terapêutico e interlocutores entre os diversos profissionais de saúde (hospitalares e dos cuidados de saúde primários), doente e família.

Existe também uma forte evidência de que a maioria dos doentes crónicos, nomeadamente as pessoas com osteoporose e fratura de fragilidade, tem dificuldade em aderir a um regime prescrito de cuidados. A adesão terapêutica refere-se ao envolvimento ativo, responsável, flexível e voluntário da pessoa com osteoporose e fratura de fragilidade na gestão da sua doença, em colaboração com a equipa de saúde, com base num processo de negociação e responsabilidade partilhada, tendo em conta os interesses e as necessidades da pessoa.

Aprender a viver com a osteoporose e a fratura de fragilidade implica um contacto regular entre a pessoa e a equipa de saúde. Medidas como a prevenção de uma nova queda, o reforço de cálcio na alimentação, a importância da vitamina D com a exposição solar e o exercício físico, podem ser um desafio nos tempos de pandemia em que vivemos. Procure no enfermeiro um acompanhamento específico nas mudanças no estilo de vida que deve adotar para manter o seu estado crónico, afastado das complicações, e preservar a sua qualidade de vida.

É importante salientar que durante este período de pandemia não podemos descurar a avaliação clínica e o seguimento adequado dos doentes com osteoporose e com fraturas osteoporóticas, uma vez que elas continuam a acontecer ao mesmo ritmo que antes. É importante impedir a interrupção dos tratamentos para a osteoporose, aliviar o isolamento social e contrariar a redução de atividade física, bem como garantir que a todos os doentes com nova fratura se assegura o início do tratamento farmacológico e não farmacológico adequado.

Andréa Marques e Georgina Pimentel

Enfermeiras, Serviço de Reumatologia do CHUC

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